terça-feira, 26 de maio de 2009

Por que somos contra o militarismo?


um texto antigo escrito por ocasião da ocupação do exército na Providência, todavia antes do sequestro, tortura e venda dos três moradores pelo próprio exército



Em primeiro lugar, deixamos nossa posição clara contra qualquer forma de poder, de autoridade, de pessoas que não sei por qual razão se acham no direito de mandar em outras. Se for regra geral que nenhum ser humano é melhor ou maior que outro, nenhum ser humano tem o direito de violar, mandar, revistar, humilhar, parar o outro, nem que o motivo para isso seja a manutenção de uma ordem que na verdade sabemos que não existe. E por ser contra o poder e a autoridade, somos terminantemente contrários também as armas de fogo, que submete e intimida qualquer pessoa e a faz ficar totalmente entregue aos desejos de quem possui a maldita arma.


Há algum tempo pela área da Central do Brasil, vem circulando comboios e caminhões do exército apontando armas para as pessoas que circulam pelas ruas, como se já não bastasse isso ser feito pela despreparada e corrupta polícia militar. Quando falamos aqui de exército, não falamos de bravos guerreiros de homens do povo, que é ainda a imagem que algumas pessoas fazem dele. Falamos aqui de homens (soldados) na faixa dos seus 18/19 anos, segurando e apontando para nossas cabeças e corpos um fuzil, uma arma mortal, que para tirar a nossa vida, basta que se aperte um botão. Homens estes que falham, erram, se submetem a corrupção, tem desejos consumistas, cresceram (assim como nós) numa sociedade racista e que considera o pobre uma ameaça (apesar de muitos serem negros e pobres).


Se o pretexto do exército nas ruas é o combate ao Narcotráfico, por que o exército não combate primeiro o tráfico de armas e drogas nas fronteiras, já que muitas das armas do tráfico, são de propriedade e uso exclusivo do próprio exercito (eles só podem achar que o povo é burro e não sabe como as armas chegam lá no morro). Lembrando que somos até mesmo contra a fabricação de armas de fogo, para nós todas as fábricas de armas devem ser fechadas e destruídas, mas como fábricas pertencem a ricos, a coisa complica. Se quisermos acabar com as mortes por armas, principalmente balas perdidas, que se feche e se destruam as fábricas de armas. Mas infelizmente somos a hipócrita sociedade que diz não ao desarmamento e depois chora e se emociona por quem morre vítima de armas de fogo.



O tráfico de drogas é uma merda para quem vive e mora perto de um ponto de vendas, principalmente para a população pobre das favelas que tem que enfrentar mais este tipo de violência e humilhação diariamente, mas o tráfico é muito bom para os grandes laboratórios, para os senadores, deputados, vereadores, prefeitos eleitos por campanhas financiadas pelo tráfico de drogas (alguém aqui sabe quanto custa por exemplo um outdoor?), o tráfico é muito bom para corruptos da polícia federal, militar, do exército que ganham o dinheiro do arrego para deixar correr solto. O tráfico de drogas, só prejudica mesmo a população, principalmente a pobre favelada. A mesma que está sendo prejudicada e humilhada pelo exército, numa guerra onde o inimigo está lá, bem longe, sentado em sua cadeira acolchoada, contando os milhões que lucrou com a venda de drogas e armas, para os traficantes, para a polícia e para o exército (quanto será que custa um caveirão? Quantas escolas será que poderíamos construir com essa grana?). Vamos combater o real inimigo, o dono da fábrica de armas, melhor ainda, o dono de qualquer fábrica que explore os seus funcionários, principalmente se este morar em uma favela ou em um subúrbio.


Se existissem bravos guerreiros do povo, esses guerreiros estariam combatendo quem realmente prejudica o povo, não bodes espiatórios formados dentro da pobreza e identificados pela cor da pelae e condição social. E este exército não é o trafico de drogas ou qualquer outro grupo que mate ou humilhe pelo consumismo ou por status social. Que se faça um exército do povo, que este exército popular combata os ricos e os políticos, que matem quem merece, ou seja, quem roubou e rouba do povo. Vamos nos alistar no exército que tira dos ricos e dá para os pobres, que recupera tudo que nos foi roubado por horas de trabalho mal pagas.


Um comentário:

thais disse...

mto bom o texto!!